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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O DIA EM QUE A POESIA PARTIU




Tem vezes que a poesia foge
vai morar em outra freguesia

e o poeta fica inanimado
como quem morre,
como a quem falta
o pão de cada dia.

Um dia a poesia parte
some sem dizer motivo
e leva junto
o sorriso da cara
leva os sonhos
doces amigos das horas vazias
quando as madrugadas esfriadas
colocavam a pena
nas mãos enregeladas
do poeta.

E aí é como se fora
festa acabada,
velório, luto,
saudades extremadas
morte do vate...

Quando a inspiração se vai
a poesia senta na calçada
queda calada
e o poeta mudo, 
fica cego,

tateia e não acha
---------------------------------------- 
se morre
se mata!


(Elza Fraga)

2 comentários:

  1. ELZA!

    A vontade é esta. Uma sensação de abandono profundo.

    Belo!

    Beijos

    Mirze

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  2. Brigadim, Mirze, pela presença embelezando os comentários. Bitokitas e luz na estrada.

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Um doce pelo seu pensamento