QUEM VEM COMIGO

quinta-feira, 28 de julho de 2016

DAS DORES DA GAIOLA



Um ombro, por favor,
um ombro,
pra ajeitar
na sua curvatura
a dor
que me devastou
inteira,

devorou
minha estrutura,

a alma segue
em quietude
e chora manso,

não se iluda
quando canto,
não se iluda...

a ferida,

veja! -

‘inda viva,
‘inda lateja,

a grade da gaiola
me prendeu
a asa,

só venha
com seu ombro

me cura

e se cala...

[elza fraga]

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