QUEM VEM COMIGO

domingo, 29 de janeiro de 2017

FIM DE FESTA


Não sei quando vai acabar a minha festa de vida, mas já estou na quinta saideira e ainda não estou bêbada, nem cansada, e nem sinto nada parecido com ressaca ou com canseira. 

Acho que aguento a prorrogação, com o coração na mão - com certeza, mas sei que tenho perna pra mais jogo, mais corredeira.

Se o danado do destino não vier com suas sutilezas terei tempo para mais alguns retoques na minha história, um último drinque numa praia qualquer, um por de sol bonito de se admirar com o moreno ao lado, uma espera de ver estrelas deitada na areia, um susto com a beleza de mais uma lua cheia, um alvorecer alvoroçado de passarinhos em gorjeios, talvez um carinho ousado, e uma despedida com bom vinho.

Até pra sair da vida tem que se caprichar no figurino e no estilo, senão melhor morrer como pássaro que levou lambada de atiradeira, na beira da estrada, caída em alguma vala, sem eira nem beira.

[elza fraga]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um doce pelo seu pensamento